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Tuberculose: silenciosa e mortal!

Antonio Carlos do Nascimento
24/02/2025 | 08:41
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Popularmente chamada de “peste branca” ou “mal do peito”, a tuberculose foi uma das doenças mais temidas no século XIX em todo o mundo. Transmitida pelo ar, por meio da inalação de gotículas expelidas por pessoas infectadas ao tossir, espirrar ou falar e responsável por uma elevada taxa de mortalidade, assolava todas as classes sociais, embora fosse mais devastadora entre os mais pobres, devido às condições precárias de moradia e higiene. 

No Brasil, espalhava-se rapidamente nas cidades em crescimento, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde cortiços e habitações insalubres favoreciam sua propagação. Além do sofrimento físico, a tuberculose carregava um peso simbólico: era vista como uma doença romântica, associada à genialidade artística e à melancolia, mas também como um estigma social, afastando os doentes da convivência pública.

O cenário começou a mudar em 1882, quando o médico alemão Robert Koch anunciou a descoberta do bacilo causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis, e, posteriormente, com o desenvolvimento de tratamentos eficazes contra essa bactéria, tornando esta infecção tratável e, em muitos países, praticamente erradicada. 

Campanhas de conscientização, vacinação com o BCG e melhorias nas condições sanitárias em nosso País, ajudaram a reduzir significativamente o número de casos ao longo do século XX, contudo, esta moléstia continua sendo um grave problema de saúde pública, muitas vezes diagnosticada nas portas de pronto socorros, contexto que denuncia grave falha na atenção primária.

Adicionalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou relatório em 2024 anotando 8,2 milhões de diagnósticos desta enfermidade no ano anterior – o maior número registrado desde o início do monitoramento global, em 1995, aumento que a posicionou como principal causa infecciosa de morte no mundo em 2023. 

Embora a tuberculose não seja mais a sentença de morte que foi no passado, sua persistência demonstra que o combate a esta doença não pode ser negligenciado e obriga a execução de políticas públicas eficazes para que deixe de ser uma ameaça à saúde da população.




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