Atividade terapêutica e inclusiva O poker vem conquistando espaço como atividade terapêutica e inclusiva, ajudando desde jovens com doenças neuromusculares até idosos em reabilitação a manterem o cérebro ativo e saudável
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Ele exige raciocínio, leitura de jogo, paciência e controle emocional — e, para muitos brasileiros, se tornou muito mais que diversão. O poker vem conquistando espaço como atividade terapêutica e inclusiva, ajudando desde jovens com doenças neuromusculares até idosos em reabilitação a manterem o cérebro ativo e saudável.
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Recentemente reconhecido como esporte da mente, ao lado do xadrez e dos e-sports, o poker está ganhando mesas, torneios e também consultórios e rodas de terapia cognitiva. Para a atriz Cláudia Rodrigues, diagnosticada com esclerose múltipla, o jogo tem sido essencial na reabilitação: “Melhorou minha memória, meu foco e minha concentração. Nas mesas, sou tratada como igual. E isso me fortalece.”
Outro exemplo é o de Murilo Doracio, de 21 anos, que tem distrofia muscular e vê no poker uma forma de desafiar os limites físicos. Ele participou do maior torneio da América Latina, o BSOP, e garante: “O poker me ajuda a manter a mente ativa. É mais que um jogo.”
Casais da terceira idade, como Zacarias e Jandira Amaral, também estão se beneficiando. Aos 79 anos, ela relata que o poker tem ajudado o marido, transplantado do fígado, a manter o foco e a autoestima. “É um exercício mental constante — e ainda nos conecta com novas pessoas”, conta.
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Além dos efeitos sociais e cognitivos, estudos indicam que jogar poker pode reduzir em até 50% o risco de doenças como Alzheimer e demência, graças à estimulação de áreas cerebrais ligadas à memória, linguagem e estratégia. O médico Marcio Krakauer, especialista em neuroendocrinologia, explica: “O esforço mental exigido nas partidas ativa a neuroplasticidade, fortalece conexões neurais e regula até os hormônios do estresse.”
Com jogadores de diferentes idades, histórias e desafios físicos dividindo o mesmo espaço, o poker reforça um ponto: nem sempre é o corpo que vence o jogo — muitas vezes, é a mente.
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