Saúde mental Iniciativa promoveu rodas de conversa, jogos teatrais e exercícios de educação somática com foco no bem-estar físico e psicológico
FOTO: Divulgação/PMSBC

Entre os meses de maio e junho, o Ateliê Corpo – Poética das Águas e Saúde Mental ocupou o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Alvarenga, em São Bernardo, para ampliar o cuidado mental com os usuários da unidade. Realizada pelas artistas e pesquisadoras Biá Torres, 27 anos, e Verônica Carneiro, 30, a proposta do projeto era ajudar cada pessoa a se reconectar com o próprio corpo, não só como algo físico, mas como um espaço de liberdade e expressão.
No total foram realizados oito encontros com 64 pessoas que fazem acompanhamento no Caps por diversos motivos, como esquizofrenia, depressão, transtornos de ansiedade, entre outros.
O projeto, uma parceria da Secretaria de Cultura de São Bernardo, por meio da Lei Aldir Blanc, realizou atividades como rodas de conversa, jogos teatrais e exercícios de educação somática com foco no bem-estar físico e psicológico.
Segundo o gerente da unidade, Daniel Ramos Caldas, os usuários “sentiram-se acolhidos. No grupo foram trabalhados a autoestima e o protagonismo, além de terem sido feitas atividades corporais, que ajudaram na melhora do bem-estar físico e mental”. A dupla de artistas já promoveu no ano passado esse mesmo projeto no Caps Itapeva, na Capital, o primeiro equipamento do tipo no Brasil.
Foram trabalhados com os usuários atividades em três frentes, sendo a primeira de autopercepção, com exercícios de meditação, respiração e educação somática, com foco na automassagem para conhecimento dos próprios ossos. A outra vertente são os jogos, cênicos e teatrais, realizados com base na metodologia do teatro do oprimido e com técnicas de improviso em dança.
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Por último foram realizadas ao fim de cada encontro rodas de conversa, que serviram para escuta individual e coletiva, e também alinhamento das estratégias de autocuidado, dos efeitos que os exercícios tiveram e a possibilidade de continuação das atividades em casa. Ao término de cada encontro, as artistas escreveram crônicas sobre o processo e deveram utilizar os textos como roteiro do vídeo que será publicado sobre o ateliê.
Uma das criadoras do projeto e também psicóloga, Verô-nica Carneiro disse que, a partir do fortalecimento da relação afetiva e da coletividade, os usuários apresentaram ganhos na saúde mental.
“Tivemos alguns relatos sobre ganho da autopercepção tanto corporal quanto emocional, porque corpo e mente estão interligados. Por exemplo, um dos participantes disse que se percebeu andando de forma mais fluida, mais leve, pois saiu do automático e conseguiu diminuir a tensão. Outros relataram que depois dos encontros ficavam mais leves, com sensações de relaxamento e calma”, explicou Carneiro.
Sobre a possibilidade de expansão do ateliê, a psicóloga revelou que a dupla possui planos de continuar o trabalho no Caps Alvarenga, porém com novas abordagens. “Temos o desejo de levar outros artistas e arte educadores para fazer atividades específicas com eles, até para desenvolver alguns produtos poéticos. Também queremos levar o grupo para vivências artísticas, como exposições e peças de teatro”, finalizou a psicóloga.
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