Mais gestão, menos polarização Titulo Mais gestão, menos polarização

Política integrada contra o crime organizado

Paulo Serra
31/08/2025 | 08:11
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FOTO: Fernandes | DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Um dos grandes desafios do Brasil é conseguir alinhar esforços entre as diferentes esferas de governo – municipal, estadual e federal – em torno de objetivos comuns. Muitas vezes, vemos disputas políticas e partidárias que, em vez de resolver problemas, acabam paralisando o País. É como se a polarização tivesse tomado conta do debate, deixando em segundo plano aquilo que realmente importa: resultados concretos para a população.

Mas quando se consegue deixar de lado as diferenças ideológicas e colocar a gestão à frente da política de confronto, os frutos aparecem. A boa governança não depende apenas de boas intenções, mas sim da capacidade de coordenar, integrar e somar forças. Essa coordenação é o que transforma ações pontuais em políticas efetivas, capazes de gerar impacto real e duradouro.

Um exemplo claro disso aconteceu nesta semana, com a mega operação contra a lavagem de dinheiro do crime organizado. Ela nasceu de investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo, mas não parou aí. O trabalho foi ampliado e fortalecido graças à integração com órgãos federais, como a Receita Federal e a Polícia Federal. Essa união de esforços permitiu que a operação ultrapassasse as fronteiras de São Paulo e atingisse outros Estados do Brasil, desarticulando uma rede criminosa de alcance nacional.

Esse caso é emblemático porque mostra que, quando cada esfera de poder faz a sua parte, sem vaidade e sem disputa política, o resultado é muito mais poderoso. O crime organizado não respeita limites geográficos nem diferenças partidárias. Ele se aproveita justamente da descoordenação do Estado para se fortalecer. Por isso, só com cooperação e gestão eficiente é possível enfrentá-lo de verdade.

Vale destacar que essa operação não foi fruto de improviso, mas de planejamento e integração institucional. O Ministério Público trouxe a expertise investigativa, a Receita Federal contribuiu com inteligência tributária e financeira, seguindo e monitorando o “dinheiro do crime” e a Polícia Federal garantiu a execução em vários pontos do País. Cada instituição cumpriu seu papel, e todas trabalharam em sinergia. Essa soma de competências produziu um resultado que dificilmente seria alcançado se cada um tivesse agido isoladamente: centenas de operações simultâneas em várias cidades com mais de 1.400 agentes de segurança e de inteligência nas ruas. Um ataque pesado ao financiamento e a lavagem de dinheiro do crime!

Esse exemplo nos deixa uma lição importante: quando o foco está no bem comum, o Brasil funciona. E funciona melhor. Ao invés de dividir, se soma. Ao invés de travar, se avança. Assim, pouco importa quem foi o “pai”da operação, governador, secretários, ministros ou presidente; para o cidadão comum, que muitas vezes se sente esquecido no meio das disputas políticas, o importante é o resultado. É ele quem ganha mais segurança, mais eficiência e mais confiança nas instituições.

Infelizmente, essa postura ainda é exceção no nosso País. Muitas vezes, vemos governos que preferem alimentar narrativas de confronto, jogando uns contra os outros, em vez de assumir a responsabilidade compartilhada de enfrentar os grandes desafios nacionais. Essa lógica da polarização enfraquece o Estado e fortalece os problemas que deveríamos combater.

Por isso, é preciso insistir na ideia de “mais gestão, menos polarização”. Não se trata de negar as diferenças políticas ou ideológicas – elas são parte da democracia. Mas sim de compreender que, diante de problemas reais, como o crime organizado, a violência, a falta de infraestrutura ou as desigualdades sociais, não há espaço para disputas estéreis. A população cobra soluções, e não discursos.

A operação contra o crime organizado desta semana é um lembrete poderoso de que, quando unimos forças, somos capazes de enfrentar até os problemas mais complexos. Esse é o caminho que o Brasil precisa seguir em tantas outras áreas: saúde, educação, infraestrutura, combate à pobreza. O desafio é grande, mas a fórmula já está dada: coordenação, cooperação e foco em resultados.

Se quisermos um País mais forte, justo e seguro, precisamos continuar a trilhar esse caminho. E isso só será possível quando a política deixar de ser palco de polarização e voltar a ser instrumento de gestão eficiente.




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