Anuário ABC de Educação 2025 Na Escola Villare, de São Caetano, os professores e monitores são treinados para perceber a condição emocional dos estudantes
FOTO: André Henriques/DGABC

As instituições de ensino do Grande ABC têm criado formas de apoiar emocionalmente os alunos, seja individualmente ou em atividades coletivas, visto que problemas como ansiedade, estresse, tristeza e insegurança afetam diretamente o aprendizado e o desempenho escolar.
“Ao longo dos anos, observamos que alunos que passam a receber acompanhamento da coordenação e se sentem seguros, respeitados e ouvidos apresentam melhora significativa no rendimento e engajamento”, destaca a diretora pedagógica da Vereda de São Bernardo, Andrea Piloto.
Entre as estratégias adotadas pela escola, que também tem uma unidade em Santo André, estão rotinas de escuta ativa e mediação de conflitos, atividades físicas e artísticas, orientações sobre organização de estudos e autocuidado. A Vereda oferece ainda a disciplina Habilidades para a Vida, que aborda autoconhecimento, empatia, cooperação e gestão das emoções.
Na Escola Villare, de São Caetano, os professores e monitores são treinados para perceber a condição emocional dos estudantes. A instituição possui também um Setor de Salvaguarda do Bem-Estar dos Estudantes, liderado por uma psicóloga. Além disso, semanalmente, são ministradas aulas de PSHEE (Educação Pessoal, Social, de Saúde e Financeira, na sigla em inglês) e de Projeto de Vida, que acompanha os estudantes em seus temas socioemocionais.
“Temos um ambiente de apoio e de relações de confiança, o que facilita a comunicação sobre a condição emocional própria ou de algum colega. Acreditamos que um ambiente de proximidade seja um facilitador importante para o enfrentamento do sofrimento psíquico”, avalia o diretor-geral da escola, Ernani Soares de Paula.
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A unidade realiza ainda uma pesquisa sobre os elementos ligados ao bem-estar, como o sono e a vida comunitária. Uma vez identificada a necessidade, há entrevistas de apoio e conversas de orientação. “Não se trata de realizar terapia psicológica na escola, mas de reforçar o senso de pertencimento e de apoio na superação dos desafios da vida”, explica o diretor.
No Colégio Harmonia, em São Bernardo, os estudantes recebem atendimento e suporte psicológico, principalmente em momentos de dificuldades emocionais, comportamentais ou de aprendizagem. As questões são articuladas com as famílias e a equipe pedagógica.
Também são realizadas ações como rodas de conversa, projetos de promoção da saúde mental, mediação de conflitos, orientação a professores e encaminhamentos, quando necessário, para serviços especializados fora da instituição.
O suporte psicológico na escola é uma forma de garantir que os estudantes tenham um ambiente saudável, seguro e propício para o desenvolvimento integral. Segundo a psicóloga educacional Amanda Effenberger, isso envolve olhar para o aluno dentro do seu contexto escolar e social, valorizando o diálogo, o respeito às diferenças na mediação de conflitos e o fortalecimento dos vínculos.
A profissional ressalta que com a promoção de ações de cuidado emocional é verificada uma melhora significativa no engajamento dos estudantes, na convivência em sala de aula e no desempenho acadêmico, pois o aluno que se sente acolhido, seguro e compreendido aprende melhor.
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