Sabores & Saberes
FOTO: Gilmar

Diante dos extraordinários emagrecimentos resultantes do uso dos injetáveis Semaglutida (Ozempic/Wegovy) e Tirzepatida (Mounjaro), outras alternativas ecoam sem grandes alardes.
Contudo, uma nova frente terapêutica para a obesidade vem ganhando repercussão crescente, são versões orais da classe medicamentosa dos injetáveis supracitados.
A Orforgliprona é um fármaco de uso oral desenvolvido pela farmacêutica Ely Lilly, fabricante do Mounjaro, que no estudo ACHIEVE-1, apresentado em abril deste ano, já demonstrou eficácia no controle glicêmico e excelente potencial para o emagrecimento de diabéticos tipo 2.
A capacidade deste medicamento promover perda de peso foi confirmada no estudo ATTAIN-1, publicado na última quarta-feira na respeitada revista New England Journal of Medicine, com avaliação envolvendo 3.127 pacientes não diabéticos com obesidade ou sobrepeso.
As doses de Orforgliprona versus placebo avaliadas foram de 6 mg, 12 mg e 36 mg, as quais ofereceram médias de decréscimos ponderais de 7,8%, 9,3% e 12,4% respectivamente.
Também na última quarta-feira a farmacêutica Novo Nordisk, apresentou o estudo OASIS 4 (ainda não publicado), no qual foram avaliados 307 pacientes, com a versão oral do Wegovy versus placebo, na qual a Semaglutida alcança a dose diária de 25mg e proporciona perda média de peso de 16,6%.
Embora a apresentação em comprimidos da Semaglutida já seja comercializada (Rybelsus) nas doses de 3, 7 e 14mg, sua equivalência é estabelecida para o Ozempic, na qual a Semaglutida injetável varia entre 0,25, 0,5 e 1mg, e conquanto ofereça alguma eficácia emagrecedora, tem indicação formal para o controle do diabetes tipo 2.
É surpreendente que o Wegovy 25mg, a opção oral do Wegovy 2,4 mg injetável, encontre resultados semelhantes quanto à queda ponderal, estabelecendo um novo caminho para o mesmo desfecho.
Ainda aguardando aprovação pelas agências reguladoras, esses comprimidos serão preferidos por aqueles avessos a injetáveis, porém, a dimensão mundial deste consumo será diretamente proporcional a seus preços, até então, absolutamente proibitivos à maioria dos mortais!
Antonio Carlos do Nascimento é doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.
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