Empreendedorismo e educação com o dinheiro integram projeto de escola

Já imaginou receber um empréstimo de verdade e montar o seu próprio negócio? É isso que alunos estão colocando em prática. Um exemplo é o que a turma do quarto ano do Colégio Singular, de São Bernardo, está fazendo, pois já chegou a vender churros e sorvetes e, neste mês, a preparação foi dedicada aos tradicionais crepes. Os pequenos cuidam de tudo: da compra dos ingredientes ao marketing para atrair os clientes.

Mas não pense que é apenas diversão. A instituição empresta R$ 400 para a turma começar. O valor precisa ser pago em parcelas com juros, exatamente como acontece em um banco de verdade. Com o modelo, as crianças aprendem, na prática, como funcionam as temidas contas, o planejamento e até a pressão de organizar um comércio.

O pequeno Fabrício Dias Pavan, 9 anos, é morador de São Bernardo, e afirmou que foi interessante entender todo o funcionamento do negócio. “O mais legal foi aprender a guardar dinheiro, porque antes não tínhamos essa consciência. No começo foi um pouco difícil entender os juros, mas nos adaptamos e conseguimos nos organizar.” comentou. 

Já Manuela Kawamoto Luiz, 10 anos, que vive em Santo André, destacou a parte mais divertida do projeto. “Foi atender os clientes e escolher os produtos. E até em casa eu já comecei a guardar dinheiro. Minha mãe acha muito bacana”, contou.

A atividade se chama Projeto Empreendedor Mirim, envolvendo todos os alunos do segundo ao quinto ano do fundamental. O principal objetivo é juntar cerca de R$ 8.000 para bancar a festa de encerramento do ano letivo, que acontecerá em um buffet. 

Em cada série, o desafio se altera. Os estudantes do 2° ano começam juntando R$ 40, para adquirir pastel e doces em uma feira, aprendendo a compartilhar com os funcionários da escola. Já no 3° ano, precisa conquistar R$ 70 para um incrível passeio ao cinema, executando pequenas tarefas em casa. O projeto termina no 5° ano, no qual os estudantes aprendem a investir R$ 150 em uma conta digital para ver o dinheiro render. 

Bianca Miay Costa Aoyama, 9 anos, residente no município são-bernardense, combinou de fazer algo parecido com sua prima. “Foi minha primeira vez atendendo os clientes. Em casa, até combinei com a minha prima de vender algumas coisas para realizarmos nossos sonhos juntas”, afirmou. 

Enquanto Laura Gheno Rezende, 9 anos, também moradora de São Bernardo, destacou que os ensinamentos poderão ajudá-la no futuro. “O que eu mais gostei foi pensar em como gastar, porque assim, quando eu for adulta, já vou ter noção”, finalizou.

O foco, segundo a instituição, é que todos entendam que o dinheiro pode ser usado com responsabilidade, planejamento e solidariedade. Isso é mais do que aprender matemática, é preparar os alunos para o futuro. 

O projeto ocorre de maneira divertida, com experiências que unem estudo, amizade e criatividade. Afinal, aprender brincando é sempre mais legal.