Aniversário de 112 anos Conhecido com carinho como o “Poetinha”, Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes foi poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata e letrista
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Em celebração aos 112 anos de nascimento de Vinicius Moraes, um dos maiores nomes da cultura brasileira, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, separou cinco obras para conhecer a veia literária do músico.
Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes (1913–1980), conhecido com carinho como o “Poetinha”, foi poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata e letrista. Com uma produção que atravessou a literatura e a música, ele se tornou um dos pilares mais influentes da cultura brasileira, especialmente por sua atuação na Música Popular Brasileira (MPB) e na Bossa Nova, em parceria com nomes como Tom Jobim e João Gilberto.
Imortalizado em canções como Garota de Ipanema, Vinicius também construiu uma carreira sólida como autor, publicando livros entre 1936 e 1977. Apesar do destaque de suas letras musicais, sua obra poética revela um artista plural, com influências do neo-simbolismo e da segunda fase do Modernismo, abordando temas que vão do amor e da fé à crítica social e ao erotismo.
Para quem deseja conhecer mais da genialidade do autor, a plataforma BiblioSP Digital disponibiliza gratuitamente 22 obras de Vinicius de Moraes, entre poesia e prosa. O acervo inclui cinco livros essenciais que percorrem diferentes fases do escritor. O acesso é simples, gratuito e pode ser feito pelo celular, tablet ou computador.
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As Fases de Vinicius de Moraes Refletidas em Seus Principais Livros
Em Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Vinicius inicia sua fase espiritual e metafísica, marcada por uma forte influência religiosa e filosófica. O poeta busca a pureza da alma e o amor idealizado, revelando um lirismo intenso e reflexivo.
Todo Amor (2017) aprofunda-se na dimensão amorosa e confessional de sua escrita. Aqui, o amor aparece em todas as formas – erótica, idealizada, sofrida e apaixonada – consolidando o estilo lírico e direto que se tornaria sua marca.
No clássico Livro de Sonetos (1957), o autor alcança a plenitude de sua fase amorosa, explorando as contradições entre a paixão e a efemeridade. O icônico Soneto de Fidelidade sintetiza esse momento de maturidade: “que não seja imortal, posto que é chama, / mas que seja infinito enquanto dure.”
Em Para Viver um Grande Amor (1962), Vinicius se mostra mais cotidiano e maduro, misturando poemas e crônicas que exaltam o amor vivido, o humor e a simplicidade da vida.
Por fim, A Arca de Noé (1970) revela o lado lúdico e infantil do poeta, com versos que brincam com a imaginação e o ritmo. Transformadas em canções como A Casa e O Pato, as poesias mostram que sua sensibilidade também encantava os pequenos - sem perder a profundidade.
Relevância na Música
A trajetória artística de Vinicius uniu a sofisticação da literatura ao encanto da música popular. Foi um dos arquitetos da Bossa Nova, e suas parcerias com Tom Jobim resultaram em clássicos como Chega de Saudade, Garota de Ipanema e Eu Sei Que Vou Te Amar.
Sua versatilidade se expandiu com outros grandes nomes: com Baden Powell, criou os afro-sambas - entre eles Canto de Ossanha - e com Toquinho, construiu uma das duplas mais queridas da MPB, deixando canções eternas como Aquarela e Tarde em Itapoã.
Mais do que um compositor ou poeta, Vinicius foi um celebrador da vida e do amor. Sua obra é um lembrete constante de que “o amor, como a vida, deve ser infinito enquanto dure”.
Biblioteca Pública Municipal Vinícius de Moraes
Como forma de homenagear sua contribuição à arte e à literatura brasileira, uma das bibliotecas públicas municipais da cidade de São Paulo leva o seu nome: a Biblioteca Pública Vinicius de Moraes, localizada na zona leste de São Paulo, no bairro José Bonifácio. O espaço é um importante polo cultural e de incentivo à leitura, oferecendo à comunidade atividades literárias, artísticas e educativas que mantêm viva a memória e o legado do “Poetinha”.
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