Mostra Nacional de Robótica Trio conquistou menções honrosas em mostra que teve 2.000 participantes de todo o País e foi realizada em Vitória (ES)
FOTO: André Henriques | DGABC

O interesse pela tecnologia e a criatividade de três estudantes de Santo André renderam destaque para além dos limites do Grande ABC na MNR (Mostra Nacional de Robótica), realizada entre os dias 13 e 19 de outubro, em Vitória, no Espírito Santo. O evento é considerado um dos maiores da América Latina, e reuniu mais de 2.000 estudantes e pesquisadores de todo o Brasil.
Morador da Vila América, em Santo André, Arthur da Silva Alves, 11 anos, é fascinado pelo universo de Minecraft, jogo onde é possível criar um mundo inteiramente feito de blocos. Inspirado pelo tema, Arthur desenvolveu um ‘robô de garimpo’, pensado com o objetivo de substituir o trabalho humano em áreas onde a mineração oferece riscos. “Criei o robô para que possa entrar no lugar das pessoas e evitar que elas se machuquem”, contou. O protótipo utiliza componentes como pequenos motores aprimorados e um mini-machado automatizado.
Outro destaque na mostra foi Antônio Daniel Monteiro Gomes, 13, morador do bairro Jardim, também em Santo André. Ele foi responsável por criar uma prótese de mão robótica controlada por inteligência artificial e com peças impressas em 3D. Segundo ele, a ideia é tornar o produto mais acessível para pessoas com deficiência. “Meu objetivo é deixar as próteses mais baratas e ajudar quem precisa”, disse o menino, que se inspirou na mãe, engenheira elétrica.
O terceiro estudante foi Davi Ameri, 13, morador do Parque Oratório, também no município andreense. O garoto desenvolveu um sistema de entregas com drones autônomos, inspirado nos dispositivos utilizados pela Amazon. O foco, segundo Davi, é entregar as encomendas de maneira prática, rápida, segura e barata, além de ajudar o meio-ambiente, já que o projeto pode reduzir até 85% dos gases poluentes. “Eu me inspirei nas grandes empresas que já usam drones. Pensamos em aumentar a produtividade das indústrias e alavancar o lucro”, explicou.
Os jurados destacaram a criatividade, o trabalho em equipe e o cuidado social do trio. Cada um dos estudantes mostrou que é possível aprender se divertindo e ainda ajudar o mundo com excelentes ideias, que tragam benefícios para a sociedade.
Para os meninos, o reconhecimento nacional foi só o começo de uma jornada extraordinária. Todos já disseram trabalhar em novas ideias, com o objetivo de seguir colaborando com a população e o futuro de todos.
Aprender com robótica é como brincar de construir o futuro. Para a professora Roselaine Chaves de Oliveira, 40 anos, moradora do bairro Vila Dusi, em São Bernardo, e responsável pelas aulas de educação tecnológica do Colégio Stocco, tudo começa com uma boa pesquisa. “Eles observam o mundo e procuram problemas reais para resolver. Esse olhar é o mais importante”, comentou.
A cada ano, segundo a professora, os alunos se empolgam mais com as competições e aprendem coisas inéditas. “Eles voltam mais confiantes e já começam a planejar os projetos para o próximo ano. A motivação vem deles mesmos”, disse Roselaine, sem esconder o orgulho.
Além de pontos como programação e sensores, a robótica também ensina as crianças a se expressarem melhor, desenvolvendo comunhão entre os colegas e também na persistência, pois quando algo dá errado, o correto é não desistir.
Roselaine acredita que esse aprendizado vai muito além da sala de aula. “A tecnologia está em tudo. O importante é saber usar com responsabilidade e criatividade”, disse.
Com tanta dedicação, não é difícil imaginar que os pequenos inventores de hoje podem se tornar os grandes engenheiros, programadores e cientistas do amanhã. Mais do que isso, eles aprendem que a tecnologia não serve só para criar máquinas, mas é capaz de melhorar a vida das pessoas do planeta. Cada robô, protótipo ou uma nova ideia mostra que a curiosidade e o conhecimento podem andar juntos.
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