Jogos Escolares de Santo André Modalidade atrai as novas gerações e fez sua estreia nos Jogos Escolares de Santo André, auxiliando na concentração e memória
FOTO: Celso Luiz/DGABC

‘Impossível’ para alguns, ‘moleza’ para outros. O cubo mágico deu um toque diferente à mais recente edição dos Jogos Escolares de Santo André. Além das tradicionais competições, o evento trouxe o brinquedo atemporal, que fez sucesso entre os alunos. A modalidade encantou participantes de muitas escolas.
Cada competidor precisava resolver o quebra-cabeça no menor tempo possível, o que exige concentração, coordenação e pensamento rápido. O clima foi de torcida e tensão, mas também de diversão.
Entre os destaques, Enzo Dantas Bezerra de Figueiredo, 13 anos, aluno do Colégio Artur de Queiróz. O garoto contou que começou a se interessar pelo desafio por causa dos colegas. “No começo eu achava o cubo muito difícil, mas quando aprendi, percebi que também era muito divertido”, afirmou.
O menino diz que treina todos os dias. “Costumo praticar por duas horas, tentando aprender novos movimentos e algoritmos (fórmulas para montar o cubo)”, falou.
Quem também brilhou foi Alice Marcelino de Oliveira, 13, da Escola Interação, que conquistou o troféu de vice-campeã feminina sub-14 nos Jogos. “Meu pai sempre montou o cubo e me incentivou. Hoje virou um hobby que me ajuda a relaxar e ainda me diverte”, comentou.
A garota também destacou o quanto o passatempo a ajuda no dia a dia: “Montar o cubo me acalma. Quando estou cansada ou estressada, pego ele e esqueço um pouco das outras coisas”, finalizou.
O cubo mágico é um quebra-cabeça tridimensional criado em 1974 pelo húngaro Erno Rubik, um professor de Arquitetura. A invenção, feita para ensinar raciocínio espacial aos alunos de Rubik, se transformou em um dos brinquedos mais vendidos do mundo, com popularidade que atravessa gerações. Fora do Brasil, ele é chamado de “cubo de Rubik” (Rubik’s cube, em inglês).
Com o passar dos anos, o objeto se tornou um fenômeno cultural. Existem diversas competições internacionais, como a da WCA (Associação Mundial do Cubo, na sigla em inglês), que reúnem milhares de participantes. Nas disputas, há quem monte o cubo usando só uma mão ou de olhos vendados.
Aqueles que resolvem o brinquedo em segundos são chamados de cubovelocistas (ou speedcubers, em inglês). O chinês Xuanyi Geng, de 7 anos, detém o atual recorde mundial: 3,05 segundos, marca alcançada em abril de 2025.
Com o tempo, surgiram outros modelos; há triangulares, cilíndricos e de tamanhos variáveis, do tradicional 3x3x3 até versões gigantes, como o 21x21x21.
Para a professora de educação física Elaine Lubliner Szejzog, 52 anos, o cubo mágico foi incluído nos Jogos Escolares para ampliar a participação dos estudantes. “Queríamos atrair também aqueles que não se identificam com esportes tradicionais. O cubo despertou muito interesse e mostrou que todos podem participar”, afirmou.
Segundo a profissional, a atividade ajuda a desenvolver atenção, memória e agilidade mental, habilidades que também se refletem no desempenho escolar. “O aluno precisa raciocinar, prever os movimentos e manter o foco. Isso tudo estimula o cérebro e ajuda até em matérias como matemática”, explicou.
Ela destacou ainda a importância de incentivar novas formas de aprendizado. “A gente quer mostrar que o esporte vai muito além das quadras. É também uma forma de se expressar, de pensar e de se desafiar. O cubo mágico representa essa união entre educação e lazer, mostrando que todo aluno pode encontrar seu espaço”, finalizou.
O secretário de Esporte e Prática Esportiva de Santo André, Jobert Minhoca, comemorou a inclusão da modalidade. “Neste ano, os Jogos Escolares cresceram muito: passamos de 54 para 100 escolas participantes e de 13 para 18 modalidades. O cubo mágico é uma delas e tem tudo a ver com o que acreditamos, no caso, dar oportunidade e voz a todos os alunos”, disse.
Com o sucesso de sua estreia, o pequeno brinquedo colorido deve ter presença garantida nas próximas edições do torneio entre escolas.
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