Série na internet sobre monumentos encanta e ensina alunos de Santo André

No século XIX, milhares de italianos cruzaram o oceano rumo ao Brasil, em busca de uma vida melhor. Aqui, se fixaram, formaram famílias e ajudaram a construir muitas cidades, como Santo André. Em 1973, o artista italiano Caetano Fraccaroli (1911-1987) homenageou seus conterrâneos e criou o Monumento ao Imigrante Italiano, conjunto de estátuas em bronze instalado na Praça Adhemar de Barros, na Vila Alzira.

Quem passa pelo local e vê as esculturas de um pai, uma mãe e o filho, talvez não conheça detalhes da obra. Agora, porém, basta ir ao YouTube para saber mais sobre alguns monumentos andreenses. A websérie Que História é Essa, André?, disponível na plataforma, conta de uma maneira divertida as memórias relacionadas a seis estátuas e obras similares do município. 

A narrativa é conduzida pelo personagem André, um jovem curioso e entusiasmado que conduz os espectadores numa jornada de descoberta.

Com linguagem leve, visual lúdico e muita informação, a série valoriza o passado para entender o presente, proposta que fez sucesso entre os alunos do sétimo ano da Escola Estadual Doutor Celso Gama, na Vila Assunção, em Santo André, onde a produção foi exibida. Por meio dessa diferente aula de história, eles puderam conhecer os significados por trás de obras que são referência do município, como o busto do Senador Flaquer ou a estátua de João Ramalho.

E, segundo eles, esse contato foi encantador. “Sempre tive curiosidade em saber mais sobre as estátuas da cidade. A websérie me ensinou muita coisa nova e agora, quando passo por um monumento, lembro das histórias e comento com a minha mãe”, disse Laura Garcia de Castro e Silva, 12 anos, que classificou a experiência como especial.

Entre as ‘estrelas’ da série, está o Cruzeiro, da praça Assunção, que fica em frente à escola Celso Gama. Idealizada em 1922, a escultura foi criada como parte dos festejos para celebrar o centenário da Independência do Brasil. Aprender sobre algo tão próximo de sua realidade surpreendeu os estudantes. “Não sabia quase nada sobre os monumentos, nem o da frente da escola. Agora sei a história e até conto para os meus pais quando a gente passa por eles”, disse Yasmin Jardim Leandro, 12.

Já Laura Baggini, 12, destaca a maneira como os vídeos são transmitidos. “Achei muito legal ver as ilustrações enquanto a história é narrada. A gente passa todo dia por algum monumento e nem repara, mas agora sei o que eles significam”, resumiu. 

Entre outros ícones que integram os vídeos, há o Monumento ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, no Parque do Pedroso, e a obra Concreção 0005, no Centro. 

Criador da série, o escritor e diretor Mario Oshiro, 35, contou que a ideia nasceu da vontade de olhar a cidade com mais atenção. “Passamos pelos monumentos como se fossem somente decoração, mas cada um tem uma história incrível. Quis transformar isso em algo divertido, que fizesse as pessoas se sentirem parte dessa história”, finalizou.

História das esculturas da cidade ganha linguagem leve e divertida