Mais gestão, menos polarização Titulo Mais gestão, menos polarização

Mais gestão: transformação urbana que muda vidas

Paulo Serra
23/11/2025 | 00:01
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 Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


A visita recente que fiz ao High Line, em Nova York, oferece um exemplo paradigmático de como intervenções urbanas baseadas em planejamento estratégico podem reconfigurar profundamente a dinâmica socioespacial de uma metrópole. O parque suspenso, implantado sobre uma antiga linha férrea desativada, representa uma tendência contemporânea do urbanismo: a revalorização de infraestruturas obsoletas mediante soluções que integram sustentabilidade, espaço público qualificado e estímulo ao desenvolvimento econômico. Sua implantação demonstrou que políticas urbanas bem desenhadas são capazes de transformar áreas degradadas em vetores de vitalidade, ampliando mobilidade a pé, segurança, uso social e integração entre bairros.

Esse tipo de transformação dialoga diretamente com as experiências implementadas em Santo André ao longo dos últimos oito anos e onze meses de gestão municipal. Intervenções em territórios como Santa Teresinha, Cassaquera, Paranapiacaba, Maurício de Medeiros e outras regiões evidenciam que a requalificação urbana depende de três pilares fundamentais: planejamento territorial consistente, boa governança e responsabilidade fiscal. Sem essas bases, qualquer política pública carece de continuidade, escala e capacidade de produzir efeitos sociais duradouros.

O reequilíbrio das contas municipais foi condição estruturante para viabilizar investimentos em áreas históricas e equipamentos coletivos. A literatura de administração pública aponta que capacidade estatal, entendida como a articulação entre recursos financeiros, corpo técnico qualificado e legitimidade política é determinante para a execução de projetos urbanos com impacto real na vida do cidadão. A reorganização fiscal de Santo André ampliou essa capacidade, permitindo que o município retomasse investimentos em infraestrutura, parques, iluminação, drenagem, áreas de lazer e mobilidade, elementos essenciais para qualificar o território.

A exemplo do High Line, as intervenções andreenses reafirmam que urbanização não é apenas obra física, mas sim uma política pública integral. A requalificação dos espaços produz externalidades positivas: melhora da circulação de pessoas, valorização imobiliária equilibrada, aumento do sentimento de segurança, fortalecimento do comércio local e expansão das oportunidades de convivência comunitária. O espaço público atua, assim, como um indutor de coesão social e de qualidade de vida; dimensões centrais nas teorias contemporâneas de cidades sustentáveis e inclusivas.

Além disso, tais transformações só se concretizam mediante a atuação de uma equipe técnica competente, capaz de articular diagnósticos precisos, participação social e capacidade de execução. Urbanismo é, acima de tudo, um processo coletivo, que envolve engenheiros, arquitetos, gestores, planejadores e a própria população. Quando essa rede opera de forma integrada, o resultado transborda a dimensão física e alcança o plano simbólico: bairros revitalizados passam a representar novas narrativas de pertencimento e desenvolvimento.

O paralelo entre o High Line e Santo André evidencia, portanto, que boa gestão pública, planejamento urbano de longo prazo e responsabilidade fiscal formam o tripé de qualquer transformação efetiva. Experiências internacionais reforçam que cidades que se modernizam são aquelas que, independentemente de escala, colocam o cidadão no centro e tratam o espaço público como infraestrutura social estratégica.

Como demonstra a trajetória recente de Santo André, transformar a cidade é transformar o cotidiano e isso exige visão, método e compromisso permanente com o futuro urbano.




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