Editorial A demora, sem nenhuma justificativa aparente, na definição do futuro presidente da Fundação do ABC, que substituirá Luiz Mário Pereira de Souza Gomes a partir de janeiro de 2026, começa a trazer alguma preocupação à opinião pública. Nada mais natural, ressalte-se, dada a importância da FUABC para o funcionamento do sistema público de saúde na região e em todo o território paulista. Faz duas semanas que se espera a apresentação do nome de consenso entre os três prefeitos cujos municípios mantêm a FUABC. O prazo mais recente para que o martelo fosse batido foi descumprido ontem. O que pode estar retardando a decisão entre políticos que prezam pelo diálogo e pela sintonia?
A movimentação em torno da sucessão na FUABC tem sido acompanhada com especial interesse pela comunidade, atenta ao destino de uma estrutura que emprega 35 mil pessoas e deve operar orçamento estimado em R$ 4,4 bilhões no próximo ano, valor superior ao de vários municípios. Esse peso reforça a responsabilidade dos prefeitos Gilvan Ferreira (PSDB), Marcelo Lima (Podemos) e Tite Campanella (PL) em entregar uma escolha baseada em experiência e preparo. A sociedade não aceitará que a chefia de uma Organização Social de Saúde com impacto direto sobre o bem-estar de milhões de brasileiros seja tratada como simples moeda em negociações entre grupos que disputam espaço.
Não à barganha política e à ingerência! A lista de nomes ainda viáveis – encabeçada pelo médico Ricardo Carajeleascow, o preferido de Tite Campanella – indica que alternativas existem. Daí algumas perguntas inevitáveis. O que estaria faltando para a conclusão da seleção? Quem estaria tentando interferir no processo? Comenta-se que os três prefeitos estão muito próximos de fechar questão acerca do nome, o que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira. A sociedade espera que o anúncio, baseado em critérios técnicos, ocorra sem novas postergações. É imperativo, porém, que o Grande ABC e a sua Fundação, constituída em 1967, mantenham a autonomia a duras penas conquistada nos últimos 58 anos.
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