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Chega de feminicídio!

05/12/2025 | 10:19
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FOTO: DGABC
FOTO: DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


O Grande ABC encerra 2025 com uma triste marca em sua série de dados históricos: 12 vítimas assassinadas até outubro pelo simples fato de serem mulheres! O ano ainda não terminou e já supera todos os registros anteriores de feminicídio, expondo cenário que não pode ser tratado como estatística, mas como alerta permanente. O avanço desse tipo de crime revela um ambiente que normaliza condutas de menosprezo, muitas vezes escondidas em atitudes que insistem em se apresentar como brincadeiras. Nada disso é simples ou inocente. Cada gesto que reforça a inferiorização feminina contribui para a manutenção de práticas que sustentam agressões e tiram vidas nas sete cidades. É hora de dizer basta!

A repetição de casos mostra que o enfrentamento ainda está distante do necessário. A escalada da violência costuma nascer dentro de relações marcadas por controle, ciúmes e imposição de silêncio. Quando a denúncia ocorre, nem sempre a proteção chega a tempo, e o ciclo se prolonga até o desfecho trágico que poderia ter sido evitado. Redes sociais também impulsionam comportamentos misóginos, ampliando discursos que estimulam agressões e reforçam a sensação de impunidade. Enquanto a sociedade tolerar manifestações de machismo, por menores que pareçam, continuará alimentando ataques como os registrados neste ano em Santo André, São Bernardo, Diadema, Mauá e demais municípios.

Romper esse cenário exige atuação firme do poder público e da própria população. Delegacias de Defesa da Mulher precisam funcionar sem interrupção, 24 horas por sete dias da semana, pois a violência não escolhe horário. Estado e municípios não podem se omitir. A região carece de atendimento permanente, locais de apoio estruturados e ações que deem suporte real às vítimas antes que a ameaça avance ao ponto irreversível. A instalação de serviços policiais e de acolhimento dia e noite, somada à ampliação de redes de atenção, pode interromper ciclos que atualmente seguem sem resposta adequada por parte das autoridades. É preciso pôr fim às perdas de vida anunciadas. Chega de feminicídio!




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