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Voto distrital misto fortalece territórios

Paulo Serra
07/12/2025 | 10:06
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Seri Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


A discussão sobre o voto distrital misto ganha relevância no cenário brasileiro contemporâneo diante da evidente crise de representatividade que permeia o sistema político. O distanciamento entre eleitores e parlamentares, frequentemente percebido nas pesquisas de opinião e no cotidiano das instituições, decorre em grande parte de um modelo que, embora plural, dificulta a identificação direta do cidadão com aqueles que o representam. Nesse contexto, o voto distrital misto surge como alternativa institucional capaz de aproximar o Parlamento da realidade concreta das cidades e regiões, sem eliminar o espaço necessário para a defesa das grandes causas sociais e das agendas nacionais.

O modelo distrital misto articula duas dimensões complementares: a representação territorial e a representação proporcional. Por meio do voto distrital, cada região elege diretamente um representante, criando uma relação mais estreita entre o parlamentar e a comunidade que o escolheu. Isso favorece a responsabilização política, fortalece o vínculo com o território e amplia a capacidade do eleitor de reconhecer quem trabalha efetivamente por sua cidade. Ao mesmo tempo, a manutenção da proporcionalidade garante que temas estruturantes como direitos sociais, proteção ambiental, inovação, políticas de igualdade e reformas de Estado continuem a ter expressão institucional. Assim, o modelo não exclui agendas macro; ao contrário, preserva e qualifica a pluralidade política que caracteriza democracias complexas.

A experiência recente do Grande ABC ilustra de maneira concreta o potencial desse modelo. Santo André e os municípios vizinhos enfrentam desafios típicos de grandes conglomerados metropolitanos, que exigem políticas públicas integradas e parlamentares profundamente comprometidos com o território. Mobilidade urbana, redes de saúde regionalizadas, desenvolvimento econômico, requalificação de áreas degradadas e políticas sociais duradouras dependem, em grande medida, de representantes que conheçam de perto a dinâmica socioeconômica da região. Testemunho todos os dias, dentro de casa, este contexto materializado na atuação da deputada Ana Carolina Serra como exemplo relevante para o debate sobre o voto distrital misto. Seu trabalho, assim como de outros deputados da região, demonstra como o vínculo direto com a cidade e com o Grande ABC potencializa resultados concretos: a destinação de recursos para infraestrutura e saúde, o apoio a programas de proteção social, a defesa de políticas regionais integradas e a presença constante junto às administrações municipais revelam uma forma de fazer política orientada pelo território, pela escuta ativa e pela continuidade das políticas públicas.

Esse tipo de atuação evidencia outra virtude do voto distrital misto: o fortalecimento do controle social. Quando o eleitor sabe exatamente quem é o seu representante, e quando este representante possui trajetória reconhecida em sua base, a fiscalização do mandato se torna mais efetiva. A prestação de contas deixa de ser uma formalidade e passa a ser elemento central para a manutenção do vínculo político. A accountability, conceito frequentemente discutido no campo da teoria democrática, ganha concretude quando há proximidade territorial. A prática política em Santo André e no Grande ABC mostra que, quando o território está no centro da atuação, a população acompanha mais, participa mais e compreende melhor o impacto das decisões legislativas.

A adoção do voto distrital misto não enfraquece, portanto, as lutas sociais ou as demandas de escala nacional. Elas permanecem asseguradas pelo componente proporcional, que garante que partidos e movimentos com agendas amplas sigam representados. O que o modelo oferece é um equilíbrio mais sofisticado entre a política do cotidiano e a política estrutural, entre as urgências locais e as causas universais. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, essa integração é não apenas desejável, mas necessária.

Fortalecer o território não significa reduzir o alcance das grandes bandeiras nacionais; significa qualificá-las por meio de representantes mais conectados com a vida real das pessoas. A experiência do Grande ABC, somada ao trabalho de parlamentares como Ana Carolina Serra, demonstra que é possível construir um Parlamento mais próximo, mais eficiente e mais responsável. O voto distrital misto, ao integrar o local e o nacional, aponta para um caminho institucional de fortalecimento democrático e de maior legitimidade na representação política.




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