Diarinho Estudantes da Emef Vicente Bastos sugerem reciclagem na escola e programa deve alcançar toda a rede em 2026
Celso Luiz/DGABC

Você sabia que uma simples garrafa de plástico demora até 400 anos para se desintegrar totalmente da natureza? Isso mesmo, são quatro séculos! Ou já pensou que o óleo de cozinha, se jogado na pia, pode entupir os canos e prejudicar os rios?
Quem conhece essas e outras curiosidades sobre reciclagem são os alunos da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Vicente Bastos, do bairro São José, em São Caetano.Recentemente, a escola se tornou exemplo na cidade, quando seus alunos decidiram escrever uma carta ao prefeito do município, Tite Campanella (PL), pedindo que a unidade escolar passasse a ter coleta seletiva.
Na mensagem, explicaram o motivo da solicitação: “queremos ajudar o meio ambiente, que não vem passando por um bom momento até aqui”.
Pedido atendido, o projeto foi criado pelo Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Básico), junto com a Secretaria de Educação do município. A iniciativa vai ajudar as crianças a aprender, na prática, como separar os materiais e cuidar de determinados espaços.
Além de estudar o tema em sala, os estudantes poderão vivenciar o que aprenderam, na prática, no dia a dia da escola, tornando a experiência mais objetiva, concreta e, claro, divertida.
Ainda este ano, outras cinco escolas também participam da ação, ganhando lixeiras próprias para reciclagem. Em 2026, a ideia é que todos os colégios de São Caetano tenham a coleta seletiva funcionando.
Com isso, os estudantes terão a oportunidade de entender que pequenas atitudes podem transformar toda uma cidade.
No próximo ano letivo, os alunos vão ganhar cartilhas especiais para aprender mais sobre o assunto, e os professores vão seguir trabalhando com o tema.
Toda essa movimentação em torno do projeto, animou os participantes. Kaio Vinicius Juventino Félix, 10 anos, foi um dos alunos atuantes. “Foi muito legal participar de tudo. A gente conversou bastante e eu fiquei feliz porque parecia que a gente estava fazendo uma coisa importante de verdade”, comentou.
Já Beatriz Pongillo Dantas, 9, explicou suas motivações ao se envolver nas ações. “Quis ajudar o meio ambiente. Reciclar é fácil e deixa tudo melhor para gente e para a cidade”, comentou.
Por sua vez, Giovanna Silva Dias, 10, explicou como foi a conversa com o prefeito. “Falar com ele deu um frio na barriga, mas foi muito legal. Acho que agora a escola vai ficar bem melhor com tudo isso”, explicou a garota.
Por fim, Sara Hernandez Guimarães, 10, disse como gosta de ver o colégio. “Quero que a escola fique mais limpa. Se a gente cuida da Terra, a gente cuida da gente também”, finalizou.
MUDANÇAS DIÁRIAS
Lembra quando falamos sobre o óleo despejado na pia, no começo do texto? Durante a realização do projeto na Emef Professor Vicente Bastos, esse óleo será guardado em um coletor especial e depois virará sabão, vela ou até combustível. Isso vale também para as garrafinhas de plástico. Quando a gente recicla, aquele tempo enorme é evitado.
O objeto ganha uma nova vida e pode virar um brinquedo, uma peça de roupa e até mesmo parte de móveis de casa.
O projeto em São Caetano também tem ensinado os principais fundamentos da reciclagem, como as ações de reduzir e reutilizar, e colocou as tradicionais lixeiras coloridas na escola: amarelo para metal, azul para papel, verde para vidro, vermelho para plásticos e marrom para resíduos orgânicos.
Os alunos têm vivido momentos diferentes, cheios de aprendizado e cuidado com o planeta. A ideia é que todos aprendam brincando, observando e participando de cada etapa.
Com isso, o local fica mais organizado, o município são-caetanense agradece e cada criança descobre que atitudes simples podem ajudar muitas pessoas ao redor do mundo.
Uma simples carta se tornou um projeto que deve mudar a realidade de todo um município. Como isso começou? A diretora da escola, Debora Mello de Almeida, 42 anos, disse que tudo teve início nas assembleias do Conselho Mirim, quando as próprias crianças questionaram por que a escola não tinha reciclagem. Ela reforçou que esse protagonismo infantil deixou a equipe da escola feliz e orgulhosa.
Por sua vez, o prefeito Tite Campanella (PL) também disse ter ficado contente com a carta. Segundo ele, a decisão de iniciar o projeto ocorreu imediatamente porque as crianças levantaram uma ideia importante e possível de ser feita. A cidade, de acordo com o chefe do Executivo, já está pronta para ampliar o programa. “Temos uma política de educação ambiental muito estruturada na nossa rede municipal, com aulas, palestras, destaque da importância de cuidar do meio ambiente. Esse projeto vai unir a parte teórica à prática, permitindo que, concretamente, as crianças possam fazer parte da construção de uma São Caetano mais sustentável”, explicou.
Responsável pelo projeto, o Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Básico) explicou que o recolhimento de óleo será feito por uma ONG (Organização Não Governamental), que transforma o material em produtos úteis, como sabão e vela, além de biodiesel. Já os recicláveis seguem destinados à Central de Triagem do município.
O gerente de Comunicação do Saesa, Jorge Aro Martins Junior, disse que começar pela Vicente Bastos foi especial. “Importante para a municipalidade, pois atendemos um pedido dos alunos da Emef feito diretamente ao prefeito, por meio de uma carta aberta”, comentou.<TL>FJ
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