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Em carta a prefeito, alunos de São Caetano pedem coleta seletiva e inspiram projeto

Estudantes da Emef Vicente Bastos sugerem reciclagem na escola e programa deve alcançar toda a rede em 2026

Fábio Junior
Especial para o Diário
07/12/2025 | 10:23
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Celso Luiz/DGABC
Celso Luiz/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Você sabia que uma simples garrafa de plástico demora até 400 anos para se desintegrar totalmente da natureza? Isso mesmo, são quatro séculos! Ou já pensou que o óleo de cozinha, se jogado na pia, pode entupir os canos e prejudicar os rios? 

Quem conhece essas e outras curiosidades sobre reciclagem são os alunos da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Vicente Bastos, do bairro São José, em São Caetano.Recentemente, a escola se tornou exemplo na cidade, quando seus alunos decidiram escrever uma carta ao prefeito do município, Tite Campanella (PL), pedindo que a unidade escolar passasse a ter coleta seletiva. 

Na mensagem, explicaram o motivo da solicitação: “queremos ajudar o meio ambiente, que não vem passando por um bom momento até aqui”.

Pedido atendido, o projeto foi criado pelo Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Básico), junto com a Secretaria de Educação do município. A iniciativa vai ajudar as crianças a aprender, na prática, como separar os materiais e cuidar de determinados espaços. 

Além de estudar o tema em sala, os estudantes poderão vivenciar o que aprenderam, na prática, no dia a dia da escola, tornando a experiência mais objetiva, concreta e, claro, divertida. 

Ainda este ano, outras cinco escolas também participam da ação, ganhando lixeiras próprias para reciclagem. Em 2026, a ideia é que todos os colégios de São Caetano tenham a coleta seletiva funcionando.

Com isso, os estudantes terão a oportunidade de entender que pequenas atitudes podem transformar toda uma cidade. 

No próximo ano letivo, os alunos vão ganhar cartilhas especiais para aprender mais sobre o assunto, e os professores vão seguir trabalhando com o tema. 

Toda essa movimentação em torno do projeto, animou os participantes. Kaio Vinicius Juventino Félix, 10 anos, foi um dos alunos atuantes. “Foi muito legal participar de tudo. A gente conversou bastante e eu fiquei feliz porque parecia que a gente estava fazendo uma coisa importante de verdade”, comentou.

Já Beatriz Pongillo Dantas, 9, explicou suas motivações ao se envolver nas ações. “Quis ajudar o meio ambiente. Reciclar é fácil e deixa tudo melhor para gente e para a cidade”, comentou.

Por sua vez, Giovanna Silva Dias, 10, explicou como foi a conversa com o prefeito. “Falar com ele deu um frio na barriga, mas foi muito legal. Acho que agora a escola vai ficar bem melhor com tudo isso”, explicou a garota. 

Por fim, Sara Hernandez Guimarães, 10, disse como gosta de ver o colégio. “Quero que a escola fique mais limpa. Se a gente cuida da Terra, a gente cuida da gente também”, finalizou.

MUDANÇAS DIÁRIAS

Lembra quando falamos sobre o óleo despejado na pia, no começo do texto? Durante a realização do projeto na Emef Professor Vicente Bastos, esse óleo será guardado em um coletor especial e depois virará sabão, vela ou até combustível. Isso vale também para as garrafinhas de plástico. Quando a gente recicla, aquele tempo enorme é evitado. 

O objeto ganha uma nova vida e pode virar um brinquedo, uma peça de roupa e até mesmo parte de móveis de casa. 

O projeto em São Caetano também tem ensinado os principais fundamentos da reciclagem, como as ações de reduzir e reutilizar, e colocou as tradicionais lixeiras coloridas na escola: amarelo para metal, azul para papel, verde para vidro, vermelho para plásticos e marrom para resíduos orgânicos.

Os alunos têm vivido momentos diferentes, cheios de aprendizado e cuidado com o planeta. A ideia é que todos aprendam brincando, observando e participando de cada etapa. 

Com isso, o local fica mais organizado, o município são-caetanense agradece e cada criança descobre que atitudes simples podem ajudar muitas pessoas ao redor do mundo.

Ideia nasceu em Conselho Mirim e deixou professores orgulhosos 

Uma simples carta se tornou um projeto que deve mudar a realidade de todo um município. Como isso começou? A diretora da escola, Debora Mello de Almeida, 42 anos, disse que tudo teve início nas assembleias do Conselho Mirim, quando as próprias crianças questionaram por que a escola não tinha reciclagem. Ela reforçou que esse protagonismo infantil deixou a equipe da escola feliz e orgulhosa. 

Por sua vez, o prefeito Tite Campanella (PL) também disse ter ficado contente com a carta. Segundo ele, a decisão de iniciar o projeto ocorreu imediatamente porque as crianças levantaram uma ideia importante e possível de ser feita. A cidade, de acordo com o chefe do Executivo, já está pronta para ampliar o programa. “Temos uma política de educação ambiental muito estruturada na nossa rede municipal, com aulas, palestras, destaque da importância de cuidar do meio ambiente. Esse projeto vai unir a parte teórica à prática, permitindo que, concretamente, as crianças possam fazer parte da construção de uma São Caetano mais sustentável”, explicou.

Responsável pelo projeto, o Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Básico) explicou que o recolhimento de óleo será feito por uma ONG (Organização Não Governamental), que transforma o material em produtos úteis, como sabão e vela, além de biodiesel. Já os recicláveis seguem destinados à Central de Triagem do município.

O gerente de Comunicação do Saesa, Jorge Aro Martins Junior, disse que começar pela Vicente Bastos foi especial. “Importante para a municipalidade, pois atendemos um pedido dos alunos da Emef feito diretamente ao prefeito, por meio de uma carta aberta”, comentou.<TL>FJ

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