Diadema 66 anos Chefe do Executivo de Diadema afirma ainda que assumiu a cidade sem uma transição adequada, encontrando falta de informações e dívida de R$ 2,5 bilhões
FOTO: Denis Maciel/DGABC

O prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), completará um ano de gestão dia 1º e afirma que assumiu a cidade sem uma transição adequada, encontrando falta de informações e dívida de R$ 2,5 bilhões. Entretanto, medidas de contenção permitiram reequilibrar as contas e alcançar 56,5% das metas do plano de governo em 11 meses. Entre os avanços do primeiro ano, Taka destaca melhorias na zeladoria, o combate aos panca-dões, o fim da espera por vagas em creches e fila zero para exames como mamografia e tomografia. O prefeito afirma que as metas de 2026 serão definidas em janeiro e deixa mensagem de esperança à população.
Como está a situação da cidade hoje, tendo em vista que sua gestão completa um ano?
Não houve uma transição adequada. As informações repassadas se limitaram a links do Portal da Transparência, sem dados claros sobre a real situação financeira da Prefeitura. Levaram arquivos, apagaram micros e, com isso, ficamos às sombras, tateando secretaria por secretaria, juntando retalhos de informações. Nesse processo, identificamos uma dívida de R$ 2,5 bilhões, a segunda maior do País entre municípios devedores da União, além de contratos precários, desnecessários ou com custos elevados, como carros blindados de R$ 1,8 milhão servindo somente o prefeito e aluguéis de alto valor. Pouco a pouco fomos consertando isso, cancelando esses contratos. Hoje ando com o meu carro, com a minha gasolina. Fomos devolvendo aluguéis, reduzindo horas extras e fazendo uma gestão mais enxuta. Com isso, saímos de um déficit de R$ 411 milhões para uma situação de equilíbrio financeiro ao fim deste ano, permitindo cumprir compromissos com servidores e fornecedores. Do nosso plano de governo, já cumprimos 56,5%. Estamos muito atentos a cada meta, a cada métrica, a cada número da nossa cidade, para que possamos estar, ao fim do quarto ano de mandato, de maneira equilibrada, cumprindo o nosso compromisso.
Quais avanços o sr. destaca neste primeiro ano?
Tivemos avanço na zeladoria da cidade. Tratamos com muito carinho essa questão da limpeza e do paisagismo urbano. Tivemos muita determinação em acabar com o pancadão na cidade. Isso é histórico. Pegamos a comunidade Júpiter, que era dominada por adegas irregulares que vendiam bebidas falsificadas, tanto é que tivemos quase problema com essa questão de bebidas falsificadas, porque fizemos uma intensa ação no momento certo, antecedendo tudo o que se passou no Brasil inteiro com esse tema. Sempre tivemos problemas com creche, inclusive judiciais. Hoje, em 11 meses, não temos mais fila nas creches. Parece um milagre, mas é trabalho, dedicação e gestão. Ainda na educação, conquistamos 500 bolsas gratuitas na Metodista. Temos parcerias com outras universidades, como a Fundação do ABC. Nesse olhar de prioridades, acho que a maior transformação foi em relação à saúde, ao corredor do nosso Hospital Municipal. No primeiro dia da nossa gestão, fui ao HM; era algo que qualquer ser humano com um pouco de decência ficaria arrepiado. Hoje não há hospital particular com a estrutura que temos nos 23 leitos com a ampliação. Nós, em 11 meses, vamos abrir uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Infantil para atender todas as nossas crianças. Exames de mamografia que demoravam cinco anos hoje são de livre demanda. Zero fila de mamografia, de tomografia, de raio X, eletrocardiograma, exame clínico, entre outros – e vamos ampliar ainda mais. O cemitério vai ser o melhor público do Brasil, porque não aguentávamos mais o descaso, e as pessoas também não.
Em que fase está o projeto do novo hospital?
A construção do novo hospital virou mais uma promessa não cumprida. O antigo Paço Municipal foi demolido com a justificativa de que a obra começaria, mas até agora não há sequer licitação, o que mostra que a gestão passada usou o projeto como manobra eleitoral. Além disso, há problemas técnicos graves já apresentados ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que nos recebeu com atenção. A localização prevista não permite logística adequada para urgência e emergência, o que geraria riscos aos pacientes e até responsabilidades jurídicas. Também existe resistência da vizinhança, apontada em estudo de impacto. Diante disso, apresentamos alternativas mais viáveis, como o campo do Taperinha (Vila Nogueira) ou o pátio de máquinas pesadas (na Avenida Ulysses Guimarães), ambos com melhor acesso. A proposta já passou por audiência e aguarda decisão. Acreditamos que, pela sensibilidade do ministro, a mudança deve ocorrer. O recurso permanece o mesmo. O que precisamos é de um hospital tecnicamente possível e responsável.
Está garantido o uniforme no começo do ano letivo?
Nas reuniões de transição foi colocado que já haviam comprado os uniformes, que têm de ser adquiridos em outubro, como nós fizemos, para poder entregar antes das aulas. Porém, chegamos em janeiro e percebemos que nem lista com numeração das crianças se tinha. Fizemos a lição de casa: a licitação e o pedido. Então, antes do começo das aulas já teremos os uniformes.
Quais as metas para 2026?
Pretendemos avançar ainda mais no nosso plano de governo. Estamos elencando agora algumas prioridades e devemos ter essa listagem pronta já no início de janeiro para passar ao secretariado. Vou tirar dois dias sabáticos depois do aniversário (da cidade) para desenhar tudo isso, porque não adianta fazer as coisas de forma atropelada. Preciso do que tenho (agora): orçamento e prioridades para fazer uma matriz administrativa a fim de realizar esse apontamento. Então, em janeiro já consigo responder com muita clareza sobre isso (metas).
Qual mensagem o sr. gostaria e deixar para os diademenses neste aniversário?
Deixo uma mensagem de paz, de esperança, de amor. A nossa cidade foi muito castigada, foi muito maltratada e essa reconstrução, principalmente da confiança, não tem sido fácil. Hoje, Diadema tem uma zeladoria melhor, uma saúde melhor. Tem segurança e educação melhores, não só pelos indicadores, mas por tudo que estamos fazendo e vendo. Por isso, agradeço por todo o apoio, toda a dedicação daqueles que nos ajudaram e daqueles que ainda não nos conheciam e conheceram o nosso trabalho. Independentemente de qualquer coisa, vamos construir uma Diadema melhor durante esses três outros anos, porque um já conseguimos concluir com muito êxito. Desejo um feliz Natal. Um 2026 de muita esperança, muita paz e que, acima de tudo, a família de vocês seja um ponto focal. Que amem e respeitem mais as pessoas, para que possamos trazer dignidade para o mundo e para a nossa cidade.
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