Aniversário de Mauá O povoado que se formou no entorno da igreja hoje é um dos municípios mais importantes do País
Imagem que eterniza a visita da família Ahles ao Museu Barão de Mauá; encontro com a história (FOTO: Divulgação)

Mauá tem uma história geral que pode e deve ser sempre posta, ao menos simplificada. Mas é preciso, também, ilustrar a formação mauaense com o testemunho de quem participou desta história.
Neste suplemento, um pouco das duas coisas. Quanto aos personagens, relembre-se o dia em que os Ahlers foram ao Museu. Isso aconteceu há dez anos. Era dezembro de 2015.
A HISTÓRIA GERAL
A Igreja influiu decisivamente na celebração do aniversário da cidade de Mauá, elegendo-se o dia 8 de dezembro como data oficial, que é o dia da Imaculada Conceição.
Verdadeiramente, Mauá nasceu com o nome Pilar e começou a se formar ao redor da estação ferroviária, inaugurada em 1º de abril de 1883.
O nome Mauá é oficializado em 1926. O distrito de Mauá surge em 1934. O plebiscito que eleva Mauá a município foi realizado em 22 de novembro de 1953. Por isso, há quem prefira o 22 de novembro ao 8 de dezembro para celebrar o aniversário mauaense.
OS AHLERS VÃO AO MUSEU
Em 2015, Dulce Paulino era a diretora do Museu de Mauá. E, a pedido do Diário, recebeu o casal Paulo Ahlers e Rosa Serbalhuk Ahlers, pais da professora Silvia Ahlers, diretora do museu por oito anos.
Paulo, paulistano, industriário aposentado da Mercedes-Benz, descendente de alemães; Rosa, paranaense, descendentes de ucranianos.
O jovem Paulo Ahlers chegou primeiro a Mauá, em 1953, quando adquiriu um terreno em rua ainda sem luz domiciliar; a também jovem Rosa Serbalhuk veio para Mauá em janeiro de 1955, ao se casar com Paulo Ahlers – Mauá estava sendo instalado como município recém-emancipado de Santo André.
O casal Ahlers foi recebido por historiadores de Mauá: Willian Puntschart, Cecília Camargo e Severino Correia Dias. Dona Rosa e Sr. Paulo foram acompanhados do neto, o menino Daniel, que se encantou ao conhecer uma máquina de escrever – há dez anos, o computador já substituía o velho equipamento dos escritórios e redações.
Em 2015, o museu tinha como atração principal a exposição ‘A Voz de Mauá em manchete’, com notícias ampliadas do jornal desde o número 1, de maio de 1970. Toda a coleção do jornal havia sido doada ao museu por Fausto Piedade, filho e sobrinho dos fundadores do jornal.
O professor Willian proferiu uma verdadeira aula de História. E contou como era Mauá antigamente.
Chamava-se Caaguaçu, uma área circunscrita a três grandes fazendas: Bocaina, cuja sede era essa casa (onde está o Museu), Fazenda do Capitão João, que teve sua sede destruída quando da construção do Viaduto Juscelino Kubitschek, na saída de Mauá indo para Santo André. E Fazenda Oratório, que se estendia em direção à Zona Leste de São Paulo, cortando Santo André e seu distrito de Utinga.
Com o tempo, as fazendas foram loteadas, dando origem aos bairros e a toda história contemporânea da cidade.
A fazenda que pertenceu ao Barão de Mauá foi a do capitão João. O barão enviava emissários. Isso quando da compra dos terrenos para a passagem da ferrovia e durante as obras. Nunca morou na casa bandeirista que hoje leva o seu nome. Nem a casa lhe pertenceu.
O TEMPO PASSA...
Os Ahlers continuam em Mauá. Paulo Ahlers, o funcionário de alto padrão da Mercedes, partiu em 2017.
Professores Willian e Cecília permanecem firmes no papel de historiadores da cidade.
O museu que o Diário visitou em 2015 passa por obras de restauração iniciadas este ano, depois de um longo processo de estudos sobre a sua construção.
Mauá já promoveu dois congressos de história regionais, em 1998 (o 5º) e em 2013 (o 12º).
Neste ano de 2025, em agosto, Mauá realizou a roda de conversa ‘Ferrovia, história, tempos da inovação e perspectivas, evento preparatório da 16ª edição do Congresso de História regional.
Vários pesquisadores mauaenses participaram do 16º Congresso de História do Grande ABC, no mês de novembro, em São Bernardo.
Encontros como o realizado em 2015 no Museu de Mauá são espaços que sempre fornecem subsídios importantes para se entender melhor como foi a formação da cidade e região.
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