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A espiritualidade faz bem para a saúde

Fabiano Gonçalves Guimarães
08/12/2025 | 09:38
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FOTO: DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Abro a coluna de hoje indicando que este conteúdo não é sobre religião, mas sobre a nossa relação com a espiritualidade e como ela afeta positivamente a nossa saúde. Estamos em um mês em que ondas de amor e afeto inundam os espaços familiares, de amizade, corporativos e demais ambientes coletivos. É um período em que, mesmo quem não se considera especialmente sensível ao clima natalino, acaba sentindo um leve convite à introspecção e ao cuidado com o outro.

As luzes de Natal nos fazem despertar para um recomeço, para novas esperanças de tempos melhores e até mesmo para um balanço sobre o ano que está terminando e o que em breve se inicia. Todo esse clima nos traz, muitas vezes, uma necessidade de reconexão conosco, convidando-nos a cultivar mais compaixão, empatia e compreensão, sentimentos profundamente presentes na espiritualidade, que, sim, faz muito bem para a saúde.

E isso, como disse acima, não tem a ver com seguir esta ou aquela religião, mas com a maneira como cada pessoa encontra sentido, propósito e conexão na própria vida. Espiritualidade é uma dimensão humana universal, que pode se expressar de diferentes formas: no silêncio de uma caminhada ao ar livre, no encontro com a natureza, na arte que emociona, na meditação que acalma, na fé que acolhe ou na simples prática de gratidão diária. É o espaço onde moram nossas perguntas mais profundas e também as respostas que nos sustentam quando tudo parece difícil.

Os benefícios dessa dimensão da vida vão muito além da saúde mental, embora ela seja, sem dúvida, uma das mais impactadas. A espiritualidade ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, favorece a regulação emocional e fortalece a resiliência diante dos desafios cotidianos. Pessoas que cultivam práticas espirituais tendem a ter maior senso de pertencimento, conexão e propósito, fatores que influenciam diretamente a qualidade de vida.

Mas o impacto não para por aí. Pesquisas indicam que pessoas que incorporam a espiritualidade à rotina apresentam melhor controle de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, além de aderirem com mais facilidade a hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física e cumprimento de tratamentos médicos. Isso acontece porque a espiritualidade promove autoconhecimento, paciência e uma maior consciência sobre o cuidado com o corpo e a mente. Muitas vezes, ela funciona como uma espécie de âncora emocional que ajuda a manter as escolhas saudáveis mesmo em épocas turbulentas.

Outro ponto importante é que a espiritualidade fortalece vínculos sociais. Quando nos percebemos parte de algo maior, seja uma comunidade, um propósito ou simplesmente uma rede de afeto, tendemos a buscar mais apoio e também a oferecê-lo. E vínculos são, comprovadamente, um dos maiores determinantes de saúde e longevidade.

Falar de espiritualidade é falar de humanidade. É reconhecer que somos mais que tarefas, metas, boletos e rotinas exaustivas. É admitir que precisamos de pausas, de vínculos e de algo que nos lembre que existe beleza, mesmo em meio ao caos. Que este período de celebrações nos lembre de que cuidar do espírito também é cuidar da saúde. E que, ao longo do ano, possamos levar conosco essa bússola interna que nos guia para o que realmente importa: viver com sentido, com afeto e com presença.




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