Editorial O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou ontem, em visita a Diadema, que indicou Aldemir Humberto Soares, coordenador de Serviços de Saúde do Estado, para a presidência da FUABC (Fundação do ABC). Revelou, inclusive, que só fez a sugestão para atender a um pedido feito pelos prefeitos dos três municípios que mantêm a instituição. O andreense Gilvan Ferreira (PSDB), o são-bernardense Marcelo Lima (Podemos) e o são-caetanense Tite Campanella (PL) teriam solicitado ajuda para solucionar o impasse e ele, então, sentiu-se autorizado a apontar um nome – com o qual, garantiu, o trio teria concordado. Se há consenso, o que justifica tamanha demora para a eleição?
A pergunta é apenas retórica. Todo mundo bem-informado sobre os bastidores da instituição tem ciência de quem está tumultuando a sucessão na OSS (Organização Social de Saúde), cujo orçamento estimado para 2026 atinge R$ 4,4 bilhões. Trata-se de Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, que há oito anos distribui as cartas na FUABC e não quer saber de largar o osso. Derrotado em suas pretensões de permanecer na vice-presidência, ele tem atuado sorrateiramente para postergar o andamento do processo – torcendo, inclusive, pela judicialização, o que, levando-se em conta a morosidade dos tribunais brasileiros, poderia lhe garantir mais algum tempo no comando da Fundação.
Levou-se recentemente ao conhecimento da opinião pública que Luiz Mário ganhou um aliado fervoroso em sua batalha pelo poder: Carlos Roberto Maciel, ex-presidente afastado da mesma FUABC, cuja biografia é um prato feito de dúvidas sobre os reais interesses que o movem nesta volta repentina à instituição. Os interesses da saúde do Grande ABC não podem ficar reféns dessa dupla. Espera-se que a entrada do governador na arena ajude a acelerar o processo sucessório. Se há consenso entre os três prefeitos, como o próprio Tarcísio confirmou, não resta razão para tanta demora da Fundação do ABC em fazer a convocação do conselho curador que escolherá o comandante do biênio 2026-2027.
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