FUABC, hora de resolver

Doze dias após o presidente Luiz Mário Pereira de Souza Gomes suspender, de forma discricionária, o processo eleitoral que escolheria seu sucessor no comando da FUABC (Fundação do ABC), em 27 de novembro, nota-se um silêncio ensurdecedor por parte dos três prefeitos que podem – e devem – resolver o impasse. Gilvan Ferreira (PSDB), de Santo André; Marcelo Lima (Podemos), de São Bernardo; e Tite Campanella (PL), de São Caetano, têm a responsabilidade de definir, o mais rápido possível, o futuro da instituição encarregada da gestão de equipamentos de saúde não apenas da região, mas de boa parte do Estado de São Paulo. Não é mais possível tergiversar sobre esse tema.

Uma das maiores Organizações Sociais de Saúde do País, a FUABC é hoje uma gigante do setor, que emprega 35 mil pessoas e movimenta orçamento anual de R$ 4,4 bilhões – muito maior que o de muitos municípios brasileiros. Não é admissível que seus destinos fiquem entregues ao capricho de um mandatário cujo prazo de validade venceu. O retorno à Fundação do ABC de Carlos Roberto Maciel, que se aproximou de Luiz Mário e cuja reputação não resiste à simples pesquisa no Google, torna a situação ainda mais complicada. A cada dia contado sem que a eleição seja remarcada, aumentam as desconfianças sobre os intestinos da instituição, que precisam ser passados a limpo.

O próprio governador interveio no processo eleitoral. Representando um dos maiores clientes da FUABC, com a qual mantém inúmeros contratos de gestão dos complexos hospitalares espalhados pelo território paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi procurado pelo trio de prefeitos para indicar um nome ao comando da instituição. O chefe do Executivo paulista sugeriu Aldemir Humberto Soares, atual coordenador de Serviços de Saúde do Estado, com quem, segundo contou em recente visita a Diadema, os três concordaram. Ora, se o pedido de ajuda foi realmente feito – e foi – e atendido, por que Gilvan Ferreira, Marcelo Lima e Tite Campanella não resolvem de uma vez a questão?

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