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Mototáxi, a vez da região

11/12/2025 | 10:11
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FOTO: DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


O avanço do debate sobre o mototáxi em São Paulo recoloca no Grande ABC questão cujo desfecho não pode mais ser adiado. No início do ano, quando série de acidentes fatais reacendeu a discussão sobre a legitimidade desse tipo de transporte, os prefeitos, via Consórcio Intermunicipal, afirmaram que aguardariam a definição da Capital para alinhar eventual decisão regional. O movimento adotado agora pela metrópole obriga o colegiado a se movimentar. Não é possível postergar mais. Manter o serviço no molde atual é condenar a sociedade à tragédias e os pilotos a uma relação desigual com as bilionárias e poderosas empresas de aplicativo. A luta é desigual. O poder público tem de intervir.

A regulamentação aprovada em São Paulo estabelece parâmetros que exigem responsabilidade das companhias e organização por parte dos motociclistas. O conjunto de regras levou as plataformas a retirar a oferta de viagens, o que expõe a lógica que orientou a atuação das empresas: manter operação sem aceitar contrapartidas que reduzissem riscos para trabalhadores e usuários e aumentassem seus custos. Esse desfecho revela que o interesse delas estava restrito ao faturamento, deixando em segundo plano medidas que poderiam diminuir ocorrências e preservar vidas. É preciso observar que Uber e 99 deveriam apenas seguir diretrizes já praticadas por quem explora o transporte público. 

Voltando ao ponto central: a região tem de definir se o mototáxi continuará a operar nas sete cidades e, em caso afirmativo, sob quais condições. O colegiado de prefeitos dispõe de elementos para formular norma que contemple proteção, fiscalização e equilíbrio entre demanda e oferta. O Grande ABC não pode permanecer indefinidamente assistindo, impassível, ao asfalto se manchar de sangue e pressionando as estatísticas de mortes no trânsito. O momento exige posicionamento claro, capaz de orientar políticas de mobilidade que dialoguem com a segurança e o bom senso. A Capital teve coragem de tratar o tema com a seriedade que ele merece. Agora é chegada a vez do Consórcio. Em frente.




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