Nesta quinta-feira (11) Após a cobrança, os moradores da Rua São Bernardo acionaram a polícia que conduziu os colaboradores até a delegacia; empresa diz que são profissionais de uma empresa terceirizada
FOTO: André Henriques/DGABC/Ilustrativa

Após 24 horas sem energia, funcionários da Enel estariam cobrando propina para religar a luz em Diadema nesta quinta-feira (11). Moradores de um condomínio da Rua São Pedro, na região central do município, acionaram a PM (Polícia Militar) e relataram que os colaboradores estariam cobrando valores, até R$ 1.000, para restabelecer a eletricidade no local.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os policiais conduziram os três indivíduos até o 3° DP (Distrito Policial), onde está sendo elaborado o boletim de ocorrência. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Questionada, a Enel Distribuição São Paulo informou que são funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços a companhia, mas não respondeu se irá apurar o caso. A companhia reforçou que os serviços de atendimento a emergências, como reparos na rede da distribuidora para restabelecimento de energia, não estão sujeitos a cobrança individual ao cliente.
“A empresa destaca que qualquer exigência de pagamento para reparos na rede elétrica da distribuidora, para restabelecimento de energia, está fora das regras de conduta da companhia. Em caso de dúvidas, os clientes podem entrar em contato com os canais de atendimento da Enel São Paulo.”
SÃO BERNARDO
Essa não é a primeira vez que supostos funcionários da Enel teriam cobrado propina para religar a energia elétrica no Grande ABC. Em outubro do ano passado, quando a Região Metropolitana sofreu com um apagão que durou cerca de cinco dias, moradores de um condomínio no bairro Planalto, em São Bernardo, foram chantageados para que a rede fosse religada.
Na época, moradores do Condomínio Reserva do Bosque informaram que dois técnicos da Enel teriam cobrado R$ 500 para restabelecer o serviço. Segundo o relato, tudo começou quando um dos moradores do condomínio abordou os técnicos da empresa que estavam atuando na rede elétrica da Rua Professor Rubião Meira e questionou se a energia não poderia ser religada no edifício, único local da vila que estava às escuras por conta de um transformador que estava desligado. Os profissionais, então, teriam informado que não poderiam restabelecer a energia porque estavam sem a ordem de serviço.
Supostamente para poder conseguir o documento e religar a energia, os técnicos da concessionária então teriam cobrado pagamento de R$ 500 para “agilizar o procedimento”. Ao ser informado do valor, o morador enviou as informações no grupo de WhatsApp dos residentes do condomínio, que aceitaram fazer uma vaquinha para arcar com o custo.
Cerca de 12 pessoas contribuíram e o valor arrecadado foi enviado via Pix ao suposto técnico da Enel – a reportagem do Diário teve acesso ao comprovante da transferência, que foi enviado às 16h40. O condomínio conta com 152 apartamentos e cerca de 600 moradores.
Logo após o pagamento, a energia foi restabelecida pela equipe. O grupo de moradores não registrou BO (Boletim de Ocorrência) e não prestou denúncia à Enel. Questionada, a Enel afirmou que irá apurar o caso, mas não confirmou se o técnico que recebeu o Pix faz parte do seu quadro de funcionários – a reportagem enviou à empresa os dados do homem que recebeu a transferência bancária. A concessionária também não disse quais medidas foram realizadas perante a denúncia.
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