Nunca comi assim, diz usuário do Bom Prato ao experimentar cardápio festivo de 25 anos

Costelinha de porco com barbecue de goiabada, batata assada com creme de queijo e bacon e uma salada de rúcula com palmito. Esse foi o cardápio especial do Bom Prato para comemoração, nesta sexta-feira (12) dos 25 anos de existência do programa que fornece refeição à R$ 1.

A equipe do Diário acompanhou o almoço na unidade São Bernardo II, na Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, no bairro Assunção. Sorrisos, risadas e pratos cheios foram vistos no estabelecimento criado em 2022. O primeiro local aberto foi no bairro do Brás, na Capital, em dezembro de 2000.

O Grande ABC tem cinco unidades, sendo duas em Santo André, duas em São Bernardo e uma em Diadema. Além disso, os refeitórios contam com três estabelecimentos móveis, um deles atendendo Ribeirão Pires também. Vale ressaltar que a unidade de Santo André I, na Rua General Glicério, no Centro,  foi a terceira mais antiga do Estado de São Paulo, em 2002. Ao todo, são 6.000 almoços diariamente no Grande ABC.

O operador de caminhão, Ailton Guerreiro, 59 anos, frequenta a unidade de Assunção desde 2023. O usuário comentou que foi a primeira oportunidade da vida dele de experimentar costelinha de porco. “Um dia eu passei aqui perto e descobri. Frequento há dois anos, acho muito bom e muito organizado. Hoje, primeira vez na vida que eu comi costelinha, estava bem molinha”, falou Guerreiro.

Ainda de acordo com o operador, a situação de morar sozinho fez com que procurasse o Bom Prato.

Outra presença ilustre foi da dona de casa de São Bernardo, Iza Kawamoto, 80, que frequentava a unidade São Bernardo I, na Rua Nicolau Filizola, no Centro, desde 2019 e depois passou a frequentar a segunda unidade com o marido, Mario Kawamoto. 

Ela comentou que após o falecimento do esposo parou de usar o restaurante, mas voltou bem na data comemorativa de 25 anos. “Eu comia desde que era marmitex. O tempo que eu frequentei a segunda unidade não posso reclamar, bem limpo e organizado. É muito importante para quem mora sozinho, porque o custo de vida está muito caro. Quando Deus me levar, pelo menos minha alimentação está garantida”, comentou Iza.

A nutricionista do Bom Prato de São Bernardo II, Mirian Batista, reforçou o caráter social para pessoas com vulnerabilidade. “As pessoas não têm isso em casa e a gente consegue proporcionar isso, com muito amor e carinho. O Bom Prato é extremamente importante para a população. Se a pessoa antes passava fome, hoje tem essa oportunidade”, disse.

Durante a visita, muitas famílias foram vistas também aproveitando o cardápio preparado para a data. Esse é o caso da professora Eliana Moraes, 30, e da pequena Kimberlly Moraes, 4, mãe e filha de São Bernardo. Para a data especial o programa preparou um bolo de coco, a criança se divertiu com a sobremesa. “Eu gosto de vir aqui.  Ajudo muito para todos que necessitam. Hoje, entregaram o bolo e a Kymberlly está se deliciando. Não veio todos os dias com ela, por conta da escola. Mas quando dá, ela pede para vir, as atendentes já até conhecem ela. E agora, ela está se divertindo com a câmera de vocês”, brincou Eliana, enquanto a filha fazia caretas e brincava com o equipamento do jornal.

Além desse momento em família, a dona de casa, Ivanete Novaes, 60, acompanha o filho, Roberto Novaes, 43, todos os dias no Bom Prato. A moradora relatou que seu primogênito sofreu um traumatismo craniano após um acidente em 2015, deixando sequelas até os dias atuais. Por conta disso, sua situação financeira foi prejudicada.

“Sempre a gente vem, já tem uns dois anos. Ajuda financeiramente e a comida é muito boa. E estar junto com meu filho é muito gratificante, quando não a gente não vem ele fica nervoso”, comentou.

Além da questão de alimentação, Ivanete destacou a questão da socialização, fazendo inúmeros amigos durante os almoços no restaurante.

CONCURSO

O chef de cozinha da unidade São Bernardo II, Edjair Vitalino, foi um dos finalistas do concurso “Chef em Ação”, iniciativa do Bom Prato que definiu o cardápio festivo para o aniversário.

Com 29 concorrentes ao todo, o cozinheiro da região participou da final com outros quatro chefs, no dia 29 de novembro. Apesar de não ter sido um dos três vencedores, Vitalino comentou que foi uma honra ter participado e chegado na etapa decisiva. “Eu já me considero um vitorioso. Estavam todos unidos e foi muito gratificante poder fazer meu prato para os jurados. Não tem como não ficar nervoso, veio aquela ansiedade, mas no final tudo dá certo”, relatou.

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