da FUABC Reajuste coletivo na saúde foi tema de reunião de secretários ocorrida em agosto, na instituição
FOTO: Denis Maciel/André Henriques/Celso Luiz/DGABC

O anúncio feito pelo prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), na quinta-feira (11), de que concederia os dissídios atrasados aos profissionais da saúde pegou de surpresa as demais cidades mantenedoras da FUABC (Fundação do ABC), segundo apurou o Diário. Em agosto, prefeitos e secretários de Saúde dos três municípios haviam se reunido na sede da instituição para definir um reajuste coletivo. Na data do encontro, São Bernardo era comandada interinamente por Jessica Cormick (Avante), vice de Marcelo Lima, que estava afastado do cargo por ordem judicial.
À época, o secretário de Saúde de São Bernardo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o encontro era “praticamente histórico”, tendo em vista que foi a primeira vez que os prefeitos e os três secretários das cidades mantenedoras sentaram-se à mesa para discutir o dissídio coletivo. Conforme apurado pela reportagem, os prefeitos teriam chegado a um acordo para pagamento de 5% de reajuste para a categoria.
Marcelo Lima afirmou ainda que os valores começarão a ser pagos a partir de fevereiro. “Me comprometi com vocês que iria pagar o dissídio dos trabalhadores da Saúde. Na semana passada fizemos a última reunião e já chegamos a um valor. A partir de fevereiro vocês começam a receber os cinco anos que não pagaram”, disse o prefeito a servidores presentes na inauguração da UBS (Unidade Básica de Saúde) São Pedro II.
Entretanto, segundo o Sindmed (Sindicato dos Médicos) do Grande ABC, a categoria está há oito anos com dissídios atrasados, e não cinco, como divulgado pelo prefeito.
A secretária de Saúde de São Caetano, Adriana Berringer, afirmou ao Diário que havia uma reunião agendada junto à presidência da Fundação do ABC no fim de novembro, mesmo dia em que ocorreria a reunião do Conselho Curador com a eleição do presidente da FUABC e do reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), no dia 27, que acabou não acontecendo.
“A reunião ainda não foi remarcada e vínhamos tratando a negociação do dissídio com os três municípios à mesa. Na semana passada fiz contato com a Fundação perguntando sobre a retomada das negociações e me disseram que não estariam mais acontecendo, que estavam suspensas. Aí fomos surpreendidos com esse anúncio monocrático, digamos assim, do acordo feito somente da Fundação com São Bernardo. Ainda não tive acesso aos termos do acordo, mas hoje (ontem) ainda questionei por que não havíamos sido inseridos nas negociações, já que foram retomadas, mas ainda não tive retorno”, afirmou Adriana Berringer.
Questionado sobre se teria participado da reunião anunciada pelo prefeito, o Sindmed confirmou o encontro de segunda-feira (8), mas disse que apenas foram apresentadas as contas referentes aos oito anos sem dissídio.
O sindicato afirmou ainda que até sexta-feira não havia sido notificado sobre o pagamento dos atrasados. A Prefeitura de São Bernardo, questionada, disse que não vai se pronunciar sobre a questão dos dissídios.
Em 28 de agosto, os funcionários da saúde realizaram caminhada do Hospital de Urgência até o Paço Municipal, onde o SindSaúde ABC (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Saúde Privada e Filantrópica do Grande ABC) protocolou documento oficial solicitando à prefeita interina, Jessica Cormick, a abertura de uma mesa de negociações para tratar do dissídio deste ano referente aos servidores da saúde vinculados à FUABC.
Além da pauta referente ao reajuste da categoria em 2025, “o sindicato cobrou o pagamento dos dissídios acumulados dos últimos nove anos, que não foram quitados”, segundo informado pelo presidente do sindicato da categoria, Almir Rogério da Silva, o Mizito. Outro ponto da reivindicação foi a apresentação de um plano concreto para o fim da escala 6x1.
A manifestação dos funcionários da saúde ocorreu poucos dias após o encontro dos prefeitos e secretários na FUABC.
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