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Retatrutida: mais um duro golpe na obesidade

Antonio Carlos do Nascimento
15/12/2025 | 08:29
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FOTO: Seri/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


A revolução no tratamento da obesidade tomou corpo no fim da primeira década deste século, quando estudos comprovavam que o tratamento com Liraglutida (Victoza, Saxenda) alcançava uma perda ponderal média de cerca de 6,8%. Aproximadamente dez anos depois, a mesma farmacêutica, Novo Nordisk, apresentava a Semaglutida (Ozempic, Wegovy), que ofertaria feito melhor, com 15,8% de decréscimo médio de peso. 

Muito estaria por vir, pois, estudo da farmacêutica Eli Lilly com a Tirzepatida (Mounjaro), em 2022, anotou a marca inimaginável de 22,5% de perda média de peso, contudo, em uma evolução que parece longe de encontrar limites, esta mesma empresa divulgou esta semana os resultados de seu mais novo estudo com a Retatrutida, com fabulosa perda ponderal média de 28,7%. 

Não bastasse a exuberância dos resultados em relação à média de emagrecimento, 23,7% dos participantes que tomaram a dose máxima de Retatrutida perderam 35% do seu peso inicial.

As estruturas químicas da Liraglutida e da Semaglutida são semelhantes ao GLP-1 (Glucagon-Like Peptide-1), hormônio produzido pelas células intestinais durante a absorção de nutrientes e que otimiza a produção de insulina de acordo com os níveis de glicemia, além de ativar o sistema cerebral de fome e saciedade, promovendo a cessação da ingestão alimentar.

A Tirzepatida apresenta semelhança com o GLP-1, mas também com o GIP (Gastric Inhibitory Polypeptide), hormônio que desempenha as mesmas funções do GLP-1, além de exercer ação antinauseante e de melhorar a eficiência do metabolismo no tecido adiposo.

A Retatrutida possui os predicados da Tirzepatida e apresenta desempenho semelhante ao Glucagon, hormônio liberado pelo pâncreas para elevar os níveis de glicose sanguínea, sendo ainda pouco compreendida a razão pela qual esta característica potencializa o emagrecimento. 

Em um resumo óbvio, não há dúvida de que o mundo não será mais o mesmo quando estes medicamentos estiverem acessíveis àqueles que padecem de obesidade, dadas as consequências mortais desta doença, notadamente o diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares, mas ainda carecemos de alguns cuidados.

Em um fenômeno que envolve riscos elevados, enquanto a farmacêutica Eli Lilly aguarda aprovação da agência reguladora americana, o FDA (Food and Drug Administration), para a comercialização da Retatrutida, observa-se a venda de canetas emagrecedoras com o nome deste medicamento em seus rótulos.

Procure seu médico, sempre!




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