Acidentes São 28 vítimas ante 20 no mesmo período de 2024; domingo é o dia mais fatal
FOTO: Claudinei Plaza/DGABC

O número de mortes no trânsito do Grande ABC aumentou 40% em novembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados do Infosiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), foram registrados 28 óbitos no período, contra 20 em novembro de 2024.
Entre os municípios, São Bernardo liderou o número de óbitos no mês passado, com 14 registros, seguido por Santo André (6), Diadema (4), Mauá (3) e Ribeirão Pires (1). São Caetano e Rio Grande da Serra não registraram acidentes fatais. No mesmo período de 2024, a cidade são-bernardense também apareceu na primeira posição, com sete mortes.
O resultado de 2025 iguala os principais patamares da série histórica da última década para o mês e repete os índices de 2015 e 2023, interrompendo a queda observada no ano passado.
No recorte por tipo de vítima, o crescimento mais expressivo foi entre pedestres. Em novembro deste ano, 14 pessoas morreram, mais que o dobro do registrado em novembro de 2024, quando houve seis mortes. De acordo com os dados, a maioria das ocorrências, tanto em 2025 quanto em 2024, ocorreu em vias urbanas.
“Esse aumento de 40% nas mortes indica um agravamento do cenário do trânsito. Há mais pessoas comprando veículos e circulando, enquanto as políticas públicas de segurança viária não acompanham esse crescimento, o que torna o sistema cada vez mais caótico”, explica o advogado especialista em trânsito André Gomes Bertucci.
Sobre os óbitos dos pedestres, Bertucci também chama a atenção e pontua que “além do comportamento individual, há falhas estruturais, como sinalização precária, falta de fiscalização e velocidades incompatíveis com áreas de grande circulação de pedestres, que contribuem para esse cenário.”
O especialista também ressalta os cuidados que os transeuntes devem tomar. “A desatenção tem pesado muito no aumento das mortes de pedestres, especialmente pelo uso constante de celular e fones de ouvido, o que reduz a percepção do tráfego e torna a travessia mais perigosa”, destaca o advogado.
DOMINGO FATAL
Os números também apontam que o domingo concentrou o maior volume de mortes no mês, especialmente no período da noite, faixa horária que somou dez óbitos.
Para o advogado, o dado está associado a comportamentos de risco recorrentes nesse dia da semana. Segundo ele, há maior circulação de jovens, consumo de álcool, excesso de velocidade e disputas ilegais de corrida, fatores que aumentam a gravidade dos acidentes.
Por tipo de veículo, as motocicletas registraram redução de 36,3% nas mortes em novembro, passando de 11 em 2024 para sete neste ano.
Em contrapartida, os óbitos envolvendo automóveis mais que dobraram no período, saltando de três para sete. Para Bertucci, o crescimento da frota, aliado à falta de políticas públicas consistentes de segurança viária, contribui para um trânsito mais congestionado e perigoso.
OS 11 MESES
O cenário de alta se repete na análise acumulada do ano. De janeiro a novembro de 2025, o Grande ABC contabilizou 252 mortes no trânsito, contra 198 no mesmo intervalo de 2024. A faixa etária mais atingida neste ano foi a de pessoas entre 20 e 34 anos, responsável por 88 óbitos. As motocicletas seguem com maior número de vítimas, com 117 mortes, seguidas por pedestres (77) e ocupantes de automóveis (37).
Segundo o especialista em trânsito, a redução dos óbitos depende de um conjunto de medidas que vão além da punição. Entre elas, campanhas educativas permanentes, fiscalização eletrônica em pontos críticos, melhorias na infraestrutura urbana, ampliação de espaços seguros para pedestres e ciclistas e políticas específicas para motociclistas, como corredores exclusivos.
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