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Prologis faz aceno para ter conversa direta com governador sobre Metrô

Empresa travou obras do condomínio logístico na planta da antiga Ford, em São Bernardo, após desapropriação e espera diálogo

Beatriz Mirelle
17/12/2025 | 09:44
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FOTO: Reprodução Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


A multinacional norte-americana Prologis faz aceno para conversar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e viabilizar a construção tanto do condomínio logístico quanto do pátio de manobras da Linha 20-Rosa do Metrô no terreno da antiga Ford, em São Bernardo. A empresa afirma que, desde outubro, quando a DUP (Declaração de Utilidade Pública) de parte da área foi anunciada, não houve novas tratativas para conseguir resolver os impasses na região. O projeto da companhia, previsto para começar em novembro e ser entregue em até um ano e meio, segue em compasso de espera. 

“Tentamos conversar com o Tarcísio, mas não conseguimos. Não sabemos até aonde ele está ciente. Se a engenharia dá um jeito para tudo, como ele mesmo diz, é possível fazer a mudança e reduzir o tamanho da área do pátio. Do jeito que propomos, seria mais barato, porque é uma parte menor para desapropriar”, disse o country manager (gerente nacional) da Prologis, Hermano Souza, que não quis abrir a porcentagem de economia que poderia ser gerada ao Estado. 

A DUP do Metrô, publicada em 31 de outubro, prevê a desapropriação de 227,6 mil metros quadrados dos 1 milhão de metros quadrados pertencentes à Prologis. Além da extensão, a empresa alega que isso inviabiliza a construção do condomínio logístico porque barra uma das saídas previstas no projeto (a que dá acesso à Rodovia Anchieta, pela Rua Fernão Dias Paes). Como contraproposta, a companhia oferece 160 mil metros quadrados em outro espaço da planta. (confira na arte acima as propostas da empresa e do Metrô).

“Não é exequível do jeito que o Metrô quer. Antes de anunciarem a DUP, tivemos quatro ou cinco reuniões com o time técnico deles. Fomos suportados por duas consultorias para mostrar que era possível viabilizar de outra forma. Mesmo assim, anunciaram a desapropriação desse jeito”, pontuou Hermano Souza. 

De acordo com ele, a Prologis encontrou soluções para desafios apontados pelo Metrô antes da DUP, como o emboque de duas tuneladoras (tatuzões), uma em direção a Santo André e outra para São Paulo, e construção de um canteiro de obras temporário. 

“Se for necessário, conseguimos ceder um pouco mais de área desde que seja em outra parte do terreno. Estávamos com tudo pronto para começar a obra do condomínio logístico. Temos esperança de um diálogo. Na nossa opinião, até agora a conversa foi superficial. Os dois projetos são importantes para a mobilidade e desenvolvimento econômico do Estado”, comentou Souza. 

O Metrô afirma que “para minimizar ainda mais os impactos, vai utilizar apenas 24% do terreno (224 mil metros quadrados)”.

ESTIMATIVAS 

A Prologis aponta que o condomínio logístico pode gerar 12 mil empregos diretos. Segundo projeções de consultoria contratada pela empresa, o retorno para a receita de São Bernardo, na arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) e repasses de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em 10 anos deverá chegar a R$ 1,7 bilhão. Já o impacto para o PIB (Produto Interno Bruto) de São Paulo ficará em torno de R$ 37 bilhões nesse período. 

O Diário questionou o metrô sobre o andamento das tratativas e aguarda retorno. 




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